Entre centenas de ensinamentos Moisés concentrou em apenas dez, os “Mandamentos”, para que fossem sempre lembrados e seguidos. Se fossem centenas, acredita-se que até os mais fervorosos cristãos católicos não se lembrariam de todos.
Certamente este também foi o motivo pelo qual Carl von Clausewitz – ao pesquisar a história das guerras – restringiu, a nove, os “Princípios” que servem como guia de conduta, a um exército, em operações de combate. Em face do reduzido número de preceitos, a literatura militar considera que o emprego dos “Princípios da Guerra” de Clausewitz, alcançou o propósito desejado.
O mesmo acontece, no campo da Inteligência, onde os “Princípios Básicos”, também em número reduzido, se constituem em condicionantes de alta relevância e de grande valor prático na produção de um conhecimento. Aceitos pela Doutrina de Inteligência, foram formulados e estabelecidos para servirem de orientação e obediência aos ditames neles expressos.
Os “Princípios Básicos” abaixo apresentados não esgotam o assunto, mas certamente representam aqueles que o autor julgou como os mais importantes em qualquer das fases de produção.
Segurança:
Restrição ao acesso indevido à área onde conhecimentos sigilosos são elaborados. O acesso a qualquer local classificado com grau de sigilo deverá estar restrito somente ao pessoal credenciado, ou seja, somente ao pessoal que está funcionalmente envolvido com a produção do conhecimento.
Objetividade:
Fidelidade na orientação dos aspectos que configuram o objetivo previamente definido para que ele seja alcançado em toda a sua plenitude.
Imparcialidade:
Ausência de fatores de ordem pessoal ou moral que possam causar distorções na elaboração de um conhecimento. A imparcialidade na produção de um conhecimento gera respeito e credibilidade ao órgão responsável por sua produção.
Oportunidade:
Obediência ao prazo estabelecido para produção e difusão de um conhecimento de modo a permitir seu completo aproveitamento. Em alguns casos o fator ”limite de tempo” pode – por não permitir um maior aprofundamento no problema em estudo – prejudicar o alto padrão desejado na produção de um conhecimento. Para destinar o tempo adequado aos pontos principais, muitos aspectos interessantes, mas não essenciais, podem ser desprezados. Muitas vezes pode ser preciso sacrificar um pouco o desejo de produzir um documento completo em favor da oportunidade. A obediência ao prazo tem prioridade.
Simplicidade:
Elaboração do conhecimento de modo preciso, claro e de imediata compreensão. Deve ser apresentado de forma concisa e sem os requintes de uma linguagem prolixa.
Ciclo de Produção:
A produção de um conhecimento requer do profissional de Inteligência, além de um amplo domínio da metodologia a ser aplicada e da experiência necessária no campo de sua atuação, que ele seja fiel à Doutrina que rege os princípios da Atividade.
Por serem considerados de grande valor como subsídios básicos em um processo de tomada de importantes decisões, os dados solicitados que forem obtidos precisam ser reunidos e analisados para serem, então, transformados nos conhecimentos requeridos.
Metodologia:
A metodologia a ser seguida na produção de um conhecimento é constituída por fases bem definidas e fiéis aos seus objetivos. Apesar do sigilo que permeia o trabalho desenvolvido em todas as fases do processo, inúmeras são as narrativas registradas em diferentes publicações que dão conta que a imensa maioria dos dados obtidos (cerca de noventa por cento) necessários à elaboração de um conhecimento procede de fontes ostensivas.
Autor: Sócio Diretor da Empresa Castello Branco Investigações
Fonte: A Atividade de Inteligência nas Empresas / Competitividade e Proteção
Patrimonial
DETETIVE PARTICULAR
(Consultoria de Inteligência Privada)